dezembro 28, 2004
Era uma vez uma aranha perneta e seu dono. Ruizinho era o dono. Da aranha perneta, Zigfrida.
Como bom menino que era, Ruizinho era muito apegado à sua aranhazinha de estimação. Todos os dias, depois de alimentar Zigfrida com sua ( a dela ) ração de mosquinhas, Ruizinho, que era mesmo um bom menino, ia comprar pão para a mãe e levava Zigfrida para passear.
Zigfrida era uma aranha Sagitariana. Do dia 1º de Dezembro, primeiro decanato, e por isso era muito independente. Era comum os vizinhos escutarem:
_ Zigfrida, minha filha, se acalme, e me espere.
_ Zigfrida, menina, faça isso não que eu já estou indo.
_ Zigfrida, caralho, já não falei pra me esperar?
E foi num belo dia de verão, que Ruizinho levava Zigfrida para passear, quando a aranha se destrambelhou-se a si própria, correndo à frente de Ruizinho para atravessar a rua.
Quando eles viram o caminhão, já era tarde demais. Acertara Zigfrida em cheio.
O socorro veio rápido e os paraveterinários fizeram de tudo. Mas Zigfrida, a aranha independente e rebelde, assinara um termo que proibia a ressucitação médica, caso se coraçãozinho parasse de bater.
O veterinário balançou a cabeça. Nada mais poderia ser feito.
Zigfrida, a aranha, morreu.
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