janeiro 18, 2005
O marido da irmã da minha vó morreu. Ontem.
Minha mãe me carregou pro enterro. Hoje.
Dele, eu mal me lembro. Não tinha como chorar, fazer escândalo, me agarrar no caixão gritando: "Me leva junto, aimeudeus, me leva juuuunto!".
....
Mas eu fiquei triste. Logo que botei o pé lá naquela salinha fria e horrorosa do velório. Vi a filha dele, minha prima, e a cara de dor dela. Triste.
Sinceramente, eu não entendo esse ritual. Ficar lá, todo mundo olhando pro falecido, cheio de algodãozinhos pelo corpo todo.
Ninguém gosta de perder um ente querido. Todo mundo quer ficar perto, quer se despedir.... Mas qual é o tempo educado, oficial e estipulado pela sociedade pra se ficar lá vendo aquela tristeza toda?
Eu, por mim, fazia que nem naquela novela ( Renascer, eu acho ). Chamava todo mundo pra beber o defunto. Cachaça rolando solta, muita cantoria e uma despedida digna.
Não quero ninguém se despedindo de mim, tudo de preto, bando de urubu, fungando e chorando. Isso lá e despedida?? Façam de conta que eu tô indo pra Katmandu, let's have a farewell party!
Quando eu morrer, quero mais é que me bebam. Quero estar lá no lugar pra onde os falecidos vão, vendo o povo na maior algazarra. Cantoria e dança, faz favor.
Mas chorem um pouquinho. Em casa, coisa discreta. Gargalhar o tempo todo, também não dá. Quem não derramar uma lagriminha, vai sentir uns puxões desconfortáveis no pé, quando for dormir.
Tô avisando, hein...
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