fevereiro 23, 2008
O esforço da corrida já começava a lhe causar dores na lateral do abdômen, o medo fazia com que ela não respirasse direito. Olhou em volta, sem parar de correr, não via nada além de árvores e a trilha mal iluminada pela lua. Mesmo na escuridão sabia que ele estava lá, ouvia a respiração pesada, os galhos quebrando sob seus pés a cada pisada rápida, ele estava ganhando velocidade. Marcadores: contos randômicos
Viu ao longe a luz de um chalé, o urro dele a distraiu e ela tropeçou em uma pedra. Em pânico, levantou-se e recomeçou a corrida com força redobrada. Apertou as mãos impulsionando o corpo mais além, as passadas cada vez mais largas.
Galhos de árvores batiam em seu rosto, folhas enroscavam-se em seus cabelos. Mais luz, o lago e os chalés de pesca não deviam estar longe agora. Ele também estava mais próximo e isso lhe deu mais energia para correr mais depressa.
Agora podia ver o lago claramente e a apenas alguns metros da porta do primeiro chalé, ela alcançou sua presa. Ele abriu a boca para gritar, mas um único golpe o calou. Ela cravara o machado com perfeição no pescoço do homem.
Olhou em volta, silêncio, ninguém por perto. Retirou o machado e empurrou o falecido para dentro do lago. Enquanto limpava a lâmina na barra da saia pensava que as famílias em férias ali teriam uma surpresa amanhã. E que os jornais não tardariam a anunciar que o maníaco do machado tinha feito uma nova vítima...
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